O novo Queen em Porto Alegre
Adam Lambert não tem a "pegada roqueira" de Freddie ou mesmo de Paul Rodgers, que foi o substituto anterior no vocal do Queen. Nesse quesito ele é tão deficiente quanto George Michael, que muitos apontam como o cantor ideal para o grupo desde que interpretou "Somebody to Love" no Tributo a Freddie Mercury em 1992. Mas a vantagem do novo vocalista sobre o ex-integrante do Wham! é a potência de voz, aquele gogó típico dos concorrentes do "American Idol" (onde ele se lançou) e "The Voice". Se lhe falta agressividade para fazer jus a rocks como "One Vision", "Tie Your Mother Down", "I Want It All" e "We Will Rock You", todos apresentados no show, isso é compensado pela energia e vitalidade que ele demonstra, além do carisma. A contrário de Freddie, que escondeu sua condição de gay por toda a carreira, Adam assume a androginia como marca registrada de sua imagem. A encenação que ele faz com um leque durante "Killer Queen" é impagável!
Não assisti à apresentação do grupo no Rock in Rio pela TV, nem consultei vídeos ou set lists na Internet, pois queria ser surpreendido. E uma das novidades foi o fato de Roger Taylor não estar mais fazendo solo em sua composição "Radio Ga Ga". A gravação original era cantada por Freddie Mercury, mas o próprio autor havia assumido o vocal nos shows com Paul Rodgers. Na formação atual, a tarefa ficou mesmo com Adam Lambert. Mas Roger sai da bateria para cantar "These Are The Days of Our Lives" e faz a parte de David Bowie no dueto com Adam em "Under Pressure". Um momento interessante foi o "duelo de bateristas" que Roger executou com seu filho Rufus Tiger Taylor, este no palco e o pai na passarela que trespassava a área de pista livre do público.
O Gigantinho estava cheio e o público parece ter gostado muito do que viu e ouviu. Infelizmente, não posso deixar de observar a péssima acústica, problema que assola a maioria dos espaços para grandes shows em Porto Alegre. Assim como Dream Theater no Pepsi on Stage, Queen no ginásio do Inter teve o seu som pesado bastante distorcido. Mas valeu. Meu voto continua sendo a favor do prosseguimento do grupo, seja com Adam Lambert ou outro cantor que Brian May e Roger Taylor venham a escolher. Sinto-me privilegiado de ter visto de perto um de meus dois guitarristas preferidos. Se Deus quiser, no final do ano verei o outro: David Gilmour.
1 Comments:
Muito bom o teu relato, Emílio. Fiquei com raiva do meu vacilo.
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