terça-feira, março 19, 2013

Relíquias de David Bowie

David Bowie está de volta, depois de quase dez anos de recesso. E já chega ganhando as capas das principais revistas de música de todo o mundo. Seu novo álbum, The Next Day, está no topo das principais paradas. E aí me dou conta que é a primeira vez que ele lança disco novo desde que este Blog foi criado, em 2004. Estou por aqui há oito anos, com certeza muitas vezes citei Bowie, mas sem grandes novidades. Exceto quando ele participou do show de David Gilmour. Mas agora ele está novamente em evidência. Então é o momento certo de dividir com vocês algumas relíquias de meu acervo.

Aí está o rótulo do primeiríssimo disco dele lançado no Brasil, o compacto "Space Oddity", pelo selo Phillips. Quem comprou? As rádios tocaram? Eu tinha nove anos, mas nunca lembro de ter ouvido. Caso estejam curiosos, não, eu não tenho esse disco. Tirei a imagem de um livro.
Este recorte de revista eu já tinha mostrado aqui, mas vai de novo. Foi um achado meu na sala de espera do meu dentista em 1978. A revista é de 1970 e mostra David Bowie ilustrando uma matéria sobre a Roundhouse, "O lugar mais louco de Londres" segundo o título. Mas o nome de Bowie sequer é citado, pois ninguém o conhecia por aqui. Divulguei essa foto (de Alécio de Andrade) nos sites de Bowie e o próprio acabou comentando num chat que a foto "do Emilio" era "hilária e legítima". E finalizou, ironizando: "É Peter Frampton? Nããããõoo."
A revista Pop de junho de 1974 mostra em primeira mão (para os brasileiros, ao menos) o desenho da capa de seu novo álbum, Diamond Dogs, e anuncia sua turnê.
O projeto acabou não se concretizando, mas realmente surgiu a notícia de que David Bowie e Elizabeth Taylor fariam um filme juntos. Esta nota é da revista Pop, também de 1974.
Calma, não é o que vocês estão pensando! Em janeiro de 1975, quando esta nota saiu na revista Pop, "transar" tinha outro sentido! De qualquer forma, foi mais um projeto que não se concretizou. Eles não "transaram". Aliás, nunca vi confirmação desse plano nos livros que li depois.
Em 1978, meu amigo Luiz Eduardo me trouxe dos Estados Unidos o LP Space Oddity, que na época era inédito no Brasil. Dentro veio este folheto de inscrição no fã clube oficial de David Bowie.
A primeira vez que ouvi falar na banda americana Devo foi nesta nota que saiu na revista Hit Parader de maio de 1978. O grupo ainda não tinha disco gravado, mas já contava com um fã célebre: David Bowie, que os visitou no camarim. Vejam também as datas da turnê de Bowie naquele ano, que resultaria no álbum-duplo Stage.
A revista Manchete de agosto de 1978 inclui uma nota sobre o trabalho de David Bowie como pintor.

Em 1981, surge o primeiro fã-clube de David Bowie no Brasil. Ou pelo menos tenta surgir. Apesar do entusiasmo de seu presidente, não chegou a deslanchar.
O primeiro fã-clube de David Bowie que realmente deu certo foi organizado por Rosa Kaji, em São Paulo. Usando máquina de escrever e xerox, Rosa chegou a publicar cerca de 30 edições de seu fanzine. Para a época, era uma fonte preciosa de informações em português. A edição acima, de abril de 1983 (nº 11), comemora um ano de existência do fã-clube.
No fanzine de Rosa, uma fã italiana manda um desenho de Natal especialmente para os brasileiros.

A principal fonte de informações de Rosa era o fanzine Starzone, editado na Inglaterra por David Currie. As primeiras edições saíram em formatinho. Depois a revista ficou maior e por fim veio a ser publicada pela poderosa Omnibus Press. Quantos artistas a gente conhece que chegaram a ter seus fanzines publicados por uma grande editora?
Ingressos para o show de Bowie no Olympia, em São Paulo, em 25 de setembro de 1990. Estes eu já tinha mostrado aqui.

Quando percebi que a versão de "Holy Holy" que aparecia como faixa-bônus do CD The Man Who Sold The World não era a de 1970, como indicado na contracapa, escrevi para a Rykodisc apontando o erro. Para minha surpresa, veio por carta uma resposta assinada por Jeff Rougvie, o coordenador dos relançamentos. Hoje em dia eu não acharia estranho receber um e-mail, por exemplo, mas na era pré-Internet esta atenção me deixou bem impressionado. Guardo até hoje como relíquia.


Estes itens de minha coleção eu fotografei ainda no apartamento antigo para ilustrar minha entrevista para o site Collector's Room. Destaque para o CD Earthling autografado e a coleção de picture discs de 7 polegadas Fashion.
Por fim, este mouse pad foi enviado por sorteio a sócios da BowieNet em 1998. A princípio, imaginei que o autógrafo fosse impresso. Mas, comparando com outras imagens que foram postadas em sites, concluí que é legítimo, de próprio punho. Bowie tinha um carinho especial pela BowieNet em seus primeiros meses e acredito que tenha, sim, tirado um tempo para assinar várias vezes o seu nome nesses presentinhos. 

Só ficou faltando uma carta minha que foi publicada na revista inglesa Record Collector em 1990. Essa eu vou mostrar depois que tiver aberto todas as caixas da mudança. Enfim, Bowie está de volta. E esta foi a forma que achei de comemorar este retorno triunfal aqui no Blog.
Leiam também:

David Bowie no Olympia (SP) em 1990 
A exposição de David Bowie (São Paulo, 2014) 
David Bowie no Brasil em 1997

5 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Como você o encontrou para autografar o Earthling? Fantástico!

2:47 AM  
Blogger El Thomazzo said...

Até hoje morro de rir quando lembro dessa história da Manchete com a foto dele... bela descoberta. O show do Bowie é um dos que me falta ver (o outro é o do Black Sabbath com o Ozzy), uma pena que provavelmente essa lacuna vai contiuar...

4:06 PM  
Blogger Emilio Pacheco said...

Eu não lembro se era Manchete ou Fatos e Fotos, mas era uma revista da Bloch.

Anônimo, quem conseguiu para mim o autógrafo do David Bowie foi o RP dele na época, o Alan Edwards, que viajou do meu lado no avião de Curitiba para São Paulo. Até hoje não posso ter certeza se foi Bowie mesmo que assinou, mas se não foi, a falsificação foi perfeita!

4:32 PM  
Anonymous Anônimo said...

Creio que com certeza foi ele, a letra autografada é a mesma que vemos nas antigas letras em que Bowie usava o cut-up method,assim como também em outros itens autografados..não?

11:59 PM  
Anonymous Vicente Veras said...

Eu sou amigo até hoje de Fábio de Melo, um dos maiores colecionadores de Bowie no Brasil, que tentou implantar o 1º fanclub de Bowie nestas bandas, eu o ajudei na realização dos textos. Sou admirador de DB desde Pin Ups até hoje. Conheci tb Rosa no Rio (ela é de SP) por intermédio de Fábio e mantive contato com ela na época que morei em NY, ela estava vivendo lá tb na época 89/90, depois perdi contato.Há algum tempo soube que ela estava morando no Japão. Abraço.

2:38 PM  

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