Baronda
A matéria do jornal lembra a caminhada pelas diretas, realizada no verão de 1984, tendo como destino o Baronda. Eu estava lá e tenho duas recordações marcantes. Uma delas é a de Pedro Simon e José Fogaça subindo em uma guarita, durante o percurso, para falar rapidamente ao povo. A outra é, já num palco improvisado no bar, Kleiton Ramil pegando o microfone e cantando um refrão adaptado de sua "Vira Virou": "Já vira, virou / a situação deste país / já troca, trocou / o Presidente".
Eu ouvia falar no processo envolvendo o Baronda, mas nem me passava pela cabeça a hipótese de que ele viesse a ser demolido. Assim, sem saber, eternizei o local neste meu vídeo de Capão da Canoa em 360 graus:
As fotos abaixo são bem mais antigas. O Baronda não aparece, mas foi dele que eu tirei as duas. Inclusive, em ambas, eu posicionei a máquina sobre o piso externo do bar, apoiada na lente, à guisa de tripé :
Nunca esqueço de uma frase de Fernando Gabeira, algum tempo depois de voltar do exílio: "Não há volta se não existe mais o lugar que eu deixei e a pessoa que eu era". Pois cada vez mais Capão da Canoa se transforma em outro lugar que não aquele em que eu passei minha infância. Atlântida, também.
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