Texto sobre a inveja
Num seminário recente sobre 'Ética e Corrupção', eu disse que é justamente a vontade de ser invejado que descobre os corruptos. Pois diferentemente dos ladrões de outros países, que roubam e somem no mundo, os nossos são forçados pela 'lei relacional da inveja' a retornar ao lugar natal para mostrar aos seus parentes, amigos e, acima de tudo, inimigos, como estão ricos e, nisso, são denunciados, presos, soltos e finalmente colocados no panteão cada vez mais extenso dos canalhas nacionais.
Ele confirma o que eu já havia comentado em "Traído pela ostentação". Outro trecho:
Como, então, não sentir inveja do sucesso alheio, se estamos convencidos que o êxito é um ato de traição a um pertencer coletivo conformado e obediente. Como não sentir inveja se o exitoso é aquele que recusa ser o bom cabrito que não chama atenção e passa a ser o mais vistoso - esse símbolo de egoísmo e ambição?
Embora não possa afirmar que ele concordaria comigo, essas duas frases me lembraram o que eu escrevi em "Ganhar bem é pecado", um dos textos mais incompreendidos deste Blog. Um visitante chegou a postar um comentário dizendo que "o Brasil precisa de menos ricos". Já eu acho que o Brasil precisa de menos pobres, mas cada um, cada um. Se quer nivelar por baixo...
Por fim, eu próprio já abordei o tema neste site sob o título "A inveja e os invejosos". Ah, sim: o texto do Roberto daMatta está aqui. Boa leitura.
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