domingo, fevereiro 15, 2009
Na garagem onde eu guardo o meu carro, em Porto Alegre, tem um automóvel num box próximo que está sempre coberto por uma enorme capa. A princípio, imaginei que fosse excesso de zelo. Até que um dia cheguei bem na hora em que a dona estava dentro, com o carro ligado. Mas ela não saiu. Apenas deixou o motor ligado por um bom tempo. Foi então que percebi que ela provavelmente não usa o carro. Ou porque tem receio, ou porque prefere usar o do marido (com ele na direção, presumo), ou porque ainda está aprendendo a dirigir. Talvez o carro tenha sido um presente e ela o guarde como um item de estimação, pelo valor sentimental. É como um brinquedo. De vez em quando ela tira a cobertura de proteção, entra no carro, sente o cheiro do estofamento, gira a chave, ouve o barulho do motor, toca a direção, pisa nos pedais, mas não sai com ele. Tem o carro por ter, cuida dele com carinho, mas nunca o tira da garagem. Não lembro a marca, mas garanto que não era nenhum modelo importado ou luxuoso que talvez justificasse o procedimento.
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