Calor
Em 1974, aos 13 anos, fui a Disney World, como já contei aqui várias vezes. Uma das lembranças que ficaram da viagem é que Miami era uma cidade estupidamente quente. Hoje vejo que Porto Alegre é igual e tento entender como só mais tarde fui perceber isso. É que, nos Estados Unidos, todos os ambientes são climatizados, o que acentua o contraste. Você sai do gelo do hotel para o forno da rua. Além disso, normalmente, eu ficava o verão todo na praia, janeiro e fevereiro. Nosso litoral tem uma temperatura bem mais amena, principalmente à noite. Basta abrir a janela e já entra um arzinho. Depois que comecei a trabalhar, acabaram as férias de dois meses. Aí o calor passou a incomodar.
A diferença entre Porto Alegre e uma cidade seca como Brasília, por exemplo, é que, num clima úmido, o calor vai atrás de você em qualquer lugar. Não adianta ficar na sombra, o “bafo” o persegue onde você estiver. Já precisei fazer viagens em ônibus intermunicipal em dias como hoje e foi um horror. Sei que ar condicionado sai caro, tanto na compra quanto no consumo de energia elétrica, mas não entendo como, num país como o Brasil, a refrigeração de ambientes ainda seja um luxo. Só há pouco tempo os ônibus de linha instalaram climatização e alguns hotéis ainda anunciam “quarto com ar condicionado” como um de seus diferenciais. De vez em quando ainda aparece alguém pra dizer que “ventilador de teto é suficiente”. Pra que, pra espalhar ar quente pelo quarto?
Sem dúvida, esse calor não foi feito para ser vivo agüentar. Imagino que, no tempo das cavernas, a ausência de asfalto tornava o clima mais ameno. Mas também não existia repelente de mosquito, então que remédio.
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