Meet Me in St. Louis
Em 1979 o Cultural (Instituto Cultural Brasileiro Norte-Americano, de Porto Alegre, onde aprendi inglês) promoveu uma mostra gratuita de filmes antigos sem legendas. O primeiro deles, "Easter Parade", infelizmente não pude ver. Mas compareci à sessão do dia seguinte, em que exibiram "Meet Me in St. Louis" (lançado no Brasil com o título de "Agora Seremos Felizes"), de 1944. Eu daria nota 8 à minha compreensão, o que equivale a dizer que consegui entender 80% dos diálogos. Algumas cenas foram marcantes, como a garota cantando o tema do filme já na abertura, depois Judy Garland interpretando "The Boy Next Door", Judy sendo apresentada ao vizinho que tanto espiava e se fazendo de boba, "ele mora aqui, em St. Louis?", vários personagens provando uma colherada da sopa e dizendo "too sweet", "too sour", etc, e os fogos de artifício ao final, com Judy, feliz pelo cancelamento dos planos da família de mudar-se para Nova York (epa, contei o final!), dizendo, "tudo isso aqui, em St. Louis". No dia seguinte passou "The Pirate" e esse eu consegui entender bem melhor, uns 90% ou mais. Em compensação, numa nova mostra, o Cultural mostrou "Mean Streets", de 1973, com Robert de Niro, também sem legendas, e dessa vez o sotaque modernoso e caricato dos atores me deixou completamente perdido. Tempos depois aluguei o filme em vídeo sem nem lembrar que era o mesmo, só fui recordar lá pela metade, e percebi que minha compreensão não tinha melhorado muito. A pronúncia daquele filme, definitivamente, o meu ouvido não conseguia decifrar.
Uma pergunta que já me fizeram muitas vezes é se eu leio as legendas no cinema. Sim, leio. Comparar as legendas com a fala original é um hábito que fui adquirindo aos poucos na adolescência, à medida que meu inglês ia melhorando. Até porque geralmente a legenda entra uma fração de segundo antes da voz, então é possível prever o que vai ser dito. Mas, felizmente, não viciei em legendas. Em casa, quando vejo um filme em DVD sem companhia, faço questão de deixar somente o áudio original e fico até contrariado se o menu não traz essa opção (como já comentei aqui). Então, se possível, prefiro ver um filme sem as letrinhas intrusivas na base da imagem. Mas, se elas estão lá, eu as leio sem prejuízo do acompanhamento das falas em inglês.
Uma de minhas compras recentes foi justamente o filme "Meet Me in St. Louis" em DVD. Apenas comecei a olhar, mas as primeiras cenas já me transportaram para meus 18 anos, colocando à prova a minha compreensão de inglês falado no auditório do Cultural. E a qualidade da imagem é algo! Não entendo como os antigos usuários de videocassete podiam aceitar o verdadeiro lixo visual que eram as cópias oferecidas pelas locadoras. Até nisso foi preciso esperar a era do DVD para que o mercado de vídeo chegasse no estágio que eu queria desde o começo (como também já comentei aqui). Melhor que um DVD, só aquilo. E um DVD depois.
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