sexta-feira, novembro 11, 2005

B.J. Thomas

Ouvir música é algo que eu faço praticamente desde a infância. Em meu aniversário de cinco anos, lembro que disse para minha mãe que só queria ganhar discos. Era o auge dos Beatles e da Jovem Guarda. Mas no ano seguinte comecei a ouvir os compactos da série Disquinho, com histórias infantis, e deixei a música um pouco de lado. Lembro da minha avó comentando: “Agora ele está ouvindo os discos certos para a idade dele!”

Mas na virada dos dez para os onze anos, fui à minha primeira “reunião dançante” e a experiência reacendeu meu gosto por música. Minha mãe fez para mim uma festa inesquecível nos meus onze anos. Com reunião dançante, é claro. Lembro que saí para procurar dois discos. Um era “Menina da Ladeira”, com João Só. O outro era de uma música em inglês cujo nome eu nem sabia pronunciar direito, mas me fiz entender. Era uma que tocava bastante nas reuniões e havia me marcado. Pedi ao vendedor: “Biobai”. Não, era “Miobai”, ele me corrigiu. Ou pelo menos foi o que eu entendi. Mas ele não tinha o disco. Procurei em outra loja. Lá eles tinham. Só que a música se chamava “Oh Me, Oh My” e o cantor era um tal de B.J. Thomas.

Casualmente eu gostei do lado B, também, “No Love At All”. No tempo do compacto simples, o fato de eu gostar do lado B era para mim um indicativo de que a obra toda do artista devia ser de qualidade. E, realmente, os lados B do B. J. Thomas eram muito legais. Em 1972 a música “Long Ago Tomorrow” entrou na trilha da novela “O Primeiro Amor” e estourou no Brasil. Meus colegas compraram o compacto e no lado B estava a bonita “Table for Two For One”. Nesse ínterim, B.J. Thomas veio ao Brasil e o show foi mostrado na TV. “Rock and Roll Lullaby” já tinha sido lançada, mas ainda estava adormecida nas paradas. Foram mesmo os acordes de “Long Ago Tomorrow” que entusiasmaram o público. Quando finalmente “Rock and Roll Lullaby” virou sucesso também, com ajuda da novela “Selva de Pedra”, o compacto começou a aparecer nas reuniões dançantes. E o lado B era a linda “Are We Losing Touch”.


Um belo dia, com 50 cruzeiros da minha mesada, comprei dois LPs de B.J. Thomas em uma das saudosas lojas de discos da Galeria do Rosário. Um era o lançamento recente, “Billy Joe Thomas”, incluindo “Rock and Roll Lullaby”. O outro se chamava “B.J. Thomas Greatest Hits Vol. 2” e tinha “Long Ago Tomorrow”. Depois disso, tive a impressão de que B.J. Thomas começou a mudar de estilo ou pelo menos não gravar mais músicas do meu agrado. Até gostei do compacto “Songs”, mas o LP, que ouvi na casa de outra pessoa, me decepcionou.

Com o tempo, comecei a descobrir novos ídolos, David Bowie, Pink Floyd, Kiss, mas nunca esqueci que foi com B.J. Thomas que teve início a minha fase de fanático por música. Bem mais tarde, descobri alguns vinis raros dele para vender em sebos e também comprei algumas ótimas coletâneas em CD. Encomendei pela Internet os dois livros que ele escreveu, “Home Where I Belong” e “In Tune: Finding How Good Life Can Be” (este em parceria com a esposa). Infelizmente, os melhores discos dele, que são os que ele gravou para a Scepter até 1972, ainda estão inéditos em CD. Chega de coletâneas, está na hora de alguma gravadora relançar o catálogo completo do cantor.

Amanhã B.J. Thomas vai se apresentar aqui em Porto Alegre. Esta, pelas minhas contas, é a quarta vez que ele vem ao Brasil, mas é a primeira na capital gaúcha. Nem é preciso dizer que vou estar lá, macaco de auditório, na quarta fila do Teatro do Sesi. Minha curiosidade é saber que músicas ele vai cantar além das óbvias. B.J. se converteu ao cristianismo e tem incluído canções gospel no repertório, mas não descuida do que os fãs querem ouvir. A música “Rock and Roll Lullaby” fez mais sucesso no Brasil do que em outros países, onde o cartão de visitas dele continua sendo “Raindrops Keep Fallin’ on My Head”, do filme “Butch Cassidy”. Vamos ver. Dá-lhe B.J. Thomas!

6 Comments:

Anonymous Anônimo said...

OI EMILIO.
AMEI SEU BLOG, Q CONTÉM ALGUMAS INFORMAÇÕES DO BJ THOMAS.
SEI MUITO POUCO SOBRE O BJ, GOSTARIA DE SABER MUITO MAIS.
COMO; IDADE, NIVER,QUAIS MUSICAS LHE DERAM OS GRAMMYS.
SE PUDER AJUDAR.
cris_dellaporta@hotmail.com
UM ABRAÇO.

9:13 PM  
Anonymous Anônimo said...

OI Emílio
Eu novamente, Izabel Cristina.
VC sabe se o show q o BJ fez em Branson Missouri -2007-, tem DVD?
Duas mísicas deste show estão no You Tube.
BJ nasceu em que ano??????????

11:58 AM  
Blogger Emilio Pacheco said...

Que eu saiba, aquela apresentação não tem em DVD, mas posso estar enganado. Só conheço dois DVDs de B.J. Thomas: um importado ao vivo, que está fora de catálogo, e um com músicas de Natal, que saiu no Brasil.

A certidão de nascimento de B.J. Thomas está reproduzida na contracapa do LP "Billy Joe Thomas", mas em CD ficou muito pequeno e alguns dados preenchidos a mão estão meio ilegíveis. Mas conferi na Wikipedia e ele nasceu no dia 7 de agosto de 1942.

Bonita aquela segunda música do vídeo que você indicou, não conhecia.

12:08 PM  
Anonymous Anônimo said...

Ola,Emílio.Tenho 51 anos e lembro nos idos de 72 e 73 das reuniões dançantes nas casas de amigos, das musicas do BJ Thomas. Lembro das páginas de revistas com cantores de sucesso da época, inclusive o BJ Thomas, coladas nas paredes como decoraçao.Enfim, um tempo que só quem viveu entendeu a magia de ser adolescente nos 70. Um abraço.

10:33 PM  
Blogger Angela said...

Amei seu comentario sobre B.J. Thomas, sou fã de carteirinha dele.

12:02 PM  
Anonymous Anônimo said...

Cresci ouvindo BJ. Cheguei até quase 30 lps. Cds hoje, só um.

8:38 PM  

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