O veranico de julho na Zero Hora
Apesar de surpreender os gaúchos, o calor fora de época não é novidade para os meteorologistas. O segundo veranico do ano - o primeiro e mais tradicional ocorreu em maio - cumpre um ritual cíclico no comportamento do clima no Estado. Um levantamento da rede de Estações de Climatologia Urbana de São Leopoldo aponta temperaturas acima de 30ºC em julho em pelo menos oito ocasiões nos últimos 10 anos.
- Sempre depois de um período de frio intenso ocorre essa elevação das temperaturas. Temos veranico em maio, julho e agosto. Para a última semana deste mês, há uma previsão de 34°C - afirma o coordenador da rede, Eugenio Hackbart.
Essas alternâncias radicais na temperatura se dão por causa da posição geográfica do Estado, considerado uma fronteira climática. Quando as massas de ar polar se deslocam para o Ooceano Atlântico, a atmosfera é ocupada por uma massa tropical, com ar quente e seco, oriunda do norte.
- Apesar da idéia generalizada de o inverno gaúcho ser muito frio, as temperaturas mais baixas ocorrem no outono. Entre julho e setembro, as massas de ar seco provocam esse calor repentino - explica Hackbart.
Os veranicos de julho nos últimos 10 anos:
1995 - 32,4°C
1997 - 30°C
2000 - 30,4°C
2001 -30,8°C
2002 - 32,5°C
2003 - 32,6°C
2004 - 31,3°C
2005 - 33,6°C
Fonte: Rede de Climatologia de São Leopoldo
Fim da transcrição. Apenas um complemento: houve veranico de julho, sim, em 96, 98 e 99. Talvez a temperatura não tenha ultrapassado 30 graus, mas chegou perto. Desde que comecei a observar o veranico de julho, ele só falhou uma vez, que foi em 1984. Nunca esqueci porque passei todo o primeiro semestre anunciando e não teve. Um colega meu pegou no meu pé por causa disso. Em compensação, nunca mais esqueceu do meu alerta nos anos seguintes.
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