Dicas pela Internet
Um dos aspectos mais fantásticos da Internet é a democratização das opiniões. Por exemplo: no site da Amazon, que vende livros, CDs e DVDs, há um espaço para os clientes avaliarem os produtos. Aquelas informações são muito mais confiáveis do que a de um “crítico especializado” ou, óbvio, do texto promocional. Enquanto o anúncio tenta convencê-lo de que determinado livro é a oitava maravilha do mundo, os leitores são implacáveis. Já deixei de encomendar um livro por ter sido unanimemente rejeitado pelos comentários da Amazon. Assim como já decidi efetuar uma compra em razão dos elogios que li. Os compradores não têm escrúpulos nem meias palavras, vão direto ao ponto e dizem por que determinado livro, DVD ou CD é bom ou ruim, o que tem ou deixa de ter como atrativo.
Assim também, adoro a comunidade “Restaurantes de Porto Alegre”, do Orkut. Nada contra o Guia 4 Rodas, que avalia aspectos que o consumidor não enxerga, como o asseio da cozinha e a conservação dos alimentos. Mas os glutões do Orkut não estão preocupados com frescuras, ambientes requintados, pratos exóticos, chefs e quetais. Querem comer bem, só isso. Nessa troca de dicas, já tenho dois nomes anotados: Prinz e Costela no Rolete. Sem falar na comunidade “Tributo ao Milk Shake do Rib’s”, onde fiquei sabendo que todo o cardápio do saudoso Rib’s continua existindo com o nome de The Best Food, no Assis Brasil Strip Center. Já estive lá duas vezes e constatei: o milk-shake é o mesmo!
É claro que essa democratização de informações abre caminho para a disseminação de falsas notícias, mitos, textos com autorias incorretas e tudo o mais. Tudo o que vem pela Internet deve ser avaliado com cautela. No início eu também acreditava piamente nos alertas que circulavam e nos falsos Verissimos e Quintanas. Hoje já aprendi a discernir e raramente me engano. Também as avaliações citadas às vezes precisam passar por um filtro. Se uma biografia é execrada pelos fãs no site da Amazon, não significa necessariamente que seja ruim, mas fala mal do ídolo. Tudo isso torna a Internet ainda mais apaixonante.
E pensar que, quando eu fiz a Faculdade de Jornalismo, usava-se máquina de escrever, régua de paica e ilha de edição em videocassete U-Matic. Acho que vou fazer Vestibular de novo. O computador mudou tudo e a Internet criou um novo conceito de comunicação.
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