Led Zeppelin, etc.
Eu comprei os dois, é claro. E já que eles estão aqui, dou uma olhada neles de vez em quando. Agora deixei rolando o Led Zeppelin, enquanto faço uma tradução. E isso me fez lembrar que, nos anos 70, eu não gostava de Led Zeppelin. O Led era uma espécie de divisor de rios: você até podia curtir alguma coisa de rock, mas só quem gostava de Led Zeppelin era um roqueiro autêntico. Gostar de "Stairway to Heaven" não era gostar de Led Zeppelin. Tinha que gostar de tudo. Quanto mais barulhento e gritado, melhor. E eu não gostava. Não era roqueiro autêntico.
O Led Zeppelin realmente polarizava. Lembro de um colega que era fanático. Já quem não gostava, odiava. Não era exatamente o meu caso, mas ouvi relatos de gente que teve ganas de quebrar os LPs de seus amigos, de tanto que detestava. Gostar de Pink Floyd era fácil, qualquer um dizia que gostava. Mas Led Zeppelin era realmente um caso de amor e ódio. Eu preferia ignorar. Não tomava parte na briga, mas também não me interessava em conhecer.
Mas o tempo aumentou ainda mais o meu ecletismo. Se hoje eu consigo gostar de Moacyr Franco e Cauby Peixoto, Led Zeppelin entra fácil pelo extremo oposto do espectro. Na verdade eu achava os rocks deles muito disformes, sem estrutura. O vocal do Robert Plant me soava muito esganiçado. Fui ver o filme "Rock é Rock Mesmo" (no dia 10 de fevereiro de 1978 às 21 horas no saudoso Cine Mar, da praia de Atlântida, que depois virou um supermercado) e não mudei de opinião. Mas hoje consigo curtir o peso da guitarra do Jimmy Page e até admirar o alcance de voz do Plant. Eu não conhecia todas as músicas por nome, mas depois olhei com calma os títulos de algumas que me chamaram a atenção. Tenho uma coletânea deles em CD duplo. Hoje penso que deveria ter investido na caixa de quatro CDs, pois já estou começando a virar fã. Essas músicas de Kebworth em 1979 são ótimas, "Nobody's Fault But Mine", "Sick Again", "Achilles Last Stand" e "In The Evening", além das manjadas "Rock and Roll", "Kashmir" e "Whole Lotta Love".
Pensando bem, que invenção fantástica é o DVD. Nos anos 70 eu nunca poderia imaginar que iria existir um "tocador de vídeo" para eu olhar na TV qualquer show ou filme no momento em que quisesse. E com som estéreo perfeito. Olha lá o Robert Plant aparecendo na telinha com imagem perfeita. Eu tenho que parar de olhar para a TV. Eu tenho que parar de escrever isso. Eu tenho que continuar o meu trabalho. E até o Led Zeppelin já está me dando sono. Ora, isso não me surpreende. Já dormi ouvindo heavy metal (não muito alto, claro) e foi muito bom. Basta ser alguma música conhecida que me agrade, não precisa ser algo suave. A sensação aconchegante de familiaridade já me dá vontade de dormir. Ainda mais sabendo que tem trabalho esperando. Vamos a ele.
Bom feriado.
2 Comments:
E então? Virou fã do Led?
Não muito fanático, mas virei. Tenho todos os CDs, o DVD citado e um Blu-ray.
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