Recomendação
Depois de Daltro veio o Dino Sani, com sua careca, seu sotaque paulista, suas obviedades ("Em futebol se ganha, se empata e se perde" dizia ele, e não entendia por que as pessoas reagiam daquele jeito à tese tão lógica) e sua tranqüila competência.
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O Figueroa dizia que, com o Caçapava à sua frente, dividindo bola com o adversário e às vezes quase dividindo o adversário, poderia jogar até os 50 anos.
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E no lugar de Valdomiro entrou um baixinho rápido chamado Chico Spina, grande driblador mas com um defeito: não sabia parar. Depois de driblar três ou quatro adversários, driblava a si mesmo e se atrapalhava.
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(Verissimo citando uma antiga crônica no livro.) Um dia houve um jogo de portões abertos no Beira-Rio. Não me lembro por quê. Quem quisesse poderia sentar em qualquer lugar do estádio, até nas cadeiras. O coreano poderia chamar o garçom que traz o uísque, nem que fosse só para vê-lo de perto. Mas, acredite ou não, tinha gente na "coréia". Gente que, com o acesso a todo o estádio liberado, se mantivera fiel à "coréia". Não eram coreanos por fatalidade, eram coreanos por convicção! O lugar deles era ali. Acho que foi nesse dia que eu desisti de entender o mundo. De transformá-lo eu já desistira muito antes.
Eu lembro desse jogo de portões abertos: foi um Inter e Portuguesa, à tarde, em dia de semana, com transmissão direta pela TV. O motivo foi que o jogo original tinha sido cancelado depois do primeiro tempo porque estava chovendo muito. Não recordo o escore, mas o Inter venceu e fez uma seqüência de gols tão rápidos entre um e outro que todos comentavam que aquilo deveria ser um recorde.
Mas voltando ao assunto: não deixem de ler o livro do Verissimo!
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