quarta-feira, outubro 13, 2004

Eleições

Vou dar pitaco numa seara que não é a minha, mas a impressão que eu tenho é que o bom marketeiro político não pode ser um apaixonado pelo partido. No máximo, simpatizante. O apaixonado não consegue ter distanciamento e cabeça fria para idealizar a melhor campanha. Para saber a forma mais ponderada de reagir a um ataque. E, principalmente, para saber colocar-se no lugar do não-simpatizante e descobrir a melhor maneira de conquistá-lo.

Ontem recebi um folheto da campanha de Raul Pont à prefeitura de Porto Alegre. O texto procurava demonstrar que o adversário José Fogaça e o ex-Governador Antônio Britto estão do mesmo lado. Isso suscita algumas perguntas. Primeira: alguma novidade? Segunda: quem já decidiu votar em Fogaça vai mudar de idéia por seu suposto alinhamento com Britto? Terceira: será que o PT acha que todos os eleitores, inclusive os antipetistas, têm a mesma imagem negativa do ex-Governador? Pelo contrário, eu não me surpreenderia se a divulgação de uma foto de Britto e Fogaça juntos angariasse ainda mais votos para o candidato do PPS. Acho que pisaram na bola. Ou, no mínimo, choveram no molhado.

De qualquer forma, este segundo turno promete. Vai ser uma bela disputa.