Eleição
A meu ver, não foi uma vitória de Lula ou do PT. Foi de uma união ecumênica para não reeleger um dos mais desastrosos presidentes brasileiros já eleito por voto direto. Conseguiu me deixar com saudade de outros opositores bem mais respeitáveis que o PT já teve: Fernando Henrique, José Serra e o próprio Geraldo Alckmin, que agora será o vice.
Jair Bolsonaro foi escolhido pelo povo em 2018 e, só por isso, teria que ir até o fim. Tirá-lo antes, sob qualquer pretexto, enfraqueceria ainda mais a já fragilizada democracia em que vivemos. Então ele cumprirá seu mandato e sairá pela mesma via institucional com que entrou. E que seja sempre assim daqui pra frente, não importando o governante eleito.
Foi uma disputa entre rejeições. Conheço várias pessoas, algumas até muito próximas de mim, que optaram por Bolsonaro por absoluta incapacidade de digerir Lula. Para essas, não importava o que o atual presidente representava em termos de misoginia, racismo, preconceito, homofobia, intolerância, descaso com vidas humanas, deboche, desprezo e desrespeito pelo próximo: o mal a ser evitado a qualquer custo chamava-se Luiz Inácio Lula da Silva. E, ainda assim, Lula prevaleceu, por uma ínfima margem. A quem temos que agradecer? Aos arrependidos do seu voto em 2018. Muitos dos que manifestaram sua decepção com o presidente que ajudaram a eleger foram hostilizados pela esquerda, quando deveriam ter sido acolhidos. Pois foram eles que alteraram o fiel da balança.
Que Lula faça um governo para todos os brasileiros, como está prometendo. E que os antipetistas nunca mais escolham um irresponsável como Bolsonaro para contrapor à esquerda que tanto repudiam.
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