Vamos votar
O jornalista carioca Ricardo Schott, que mantém o excelente site Pop Fantasma, deixou este recado no Facebook. Gostei tanto do que li que fiz questão de trazer para cá. Assino embaixo.
Tenho encontrado mensagens de amigos diversos, todas com um tom em comum: decepção com pessoas queridas. Gente que considerávamos "do bem" declarando seu apoio a um candidato de valores retrógrados, mesquinhos, preconceituosos e inescrupulosos. "Está na vida mundana e depois quer cobrar do poder público um tratamento [de AIDS] que é caro." "Gostar de homossexual, ninguém gosta, a gente suporta." "O grande erro [do regime militar] foi torturar e não matar." Tudo isso está registrado em vídeo, é só procurar.
Sim, eu sei que a situação que se configura é ter que escolher entre ele e a esquerda. E tem gente que não suporta a esquerda. Mas não acho que isso justifique o apoio a ele. Nada justifica. E não é só essa a questão: o que vejo são pessoas exaltando esse sujeito! Como se fosse um exemplo de bom cidadão.
Não dá pra entender. Não dá mesmo. Não enxergam a perversidade que ele próprio faz questão de escancarar? Ou se identificam secretamente com ela?
Encaro a democracia como um avião que foi avariado, mas segue voando. E pretende aterrissar são e salvo ao final destas eleições. Não, não consigo esquecer o impeachment sem crime e a condenação sem provas, ambos articulados pelos setores influentes com conivência das partes relevantes. Mas ainda temos o voto.
Acho bonito o discurso de não desfazer amizades por causa de política. O problema é que, em alguns casos, não há como continuar enxergando os amigos com os mesmos olhos. Primeiro, movimentam-se para jogar meu voto no lixo, num total desrespeito à eleição e ao processo democrático. Depois, comemoram em tom de deboche. Por fim, declaram seu apoio a um fascista. O que resta para se admirar?
Em meio a tantos desapontamentos e crises, eu mantenho a esperança. Vamos votar. Mas "nele", não. "Nele", nunca.
1 Comments:
Pois é. Tamo junto, Emilio.
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