Disco ao vivo dos Beatles finalmente em CD
A capa original do LP de 1977
O disquinho está aí, finalmente em CD, mas a desaprovação da nova capa é unânime entre os fãs. O LP original tinha uma bela capa dupla com reproduções dos ingressos dos shows de 1964 e 1965, dos quais o produtor George Martin selecionou músicas para simular uma única apresentação. Martin escreveu um comovente texto para a contracapa que, no Brasil, como acontecia nos velhos vinis da Odeon, foi traduzido para o português. Então, por que essa foto tão "nada a ver" no CD? Ocorre que a Apple tomou a controversa decisão de vincular o relançamento do álbum ao marketing do filme "Eight Days a Week", que já comentei resumidamente aqui. Vai daí que a imagem que ostenta a fachada da nova edição é a do cartaz do filme, incluindo seu título. Meio forçado, não?
A embalagem contém um livreto de 24 páginas trazendo fotos em preto e branco, reproduções de matérias do Los Angeles Times sobre os shows de 1964 e 1965, transcrição do texto de George Martin da edição original e uma pequena reportagem de David Fricke escrita especialmente para o relançamento. Giles Martin, o filho de George Martin que remixou as gravações, dá a entender que iria colocar as faixas em uma nova ordem, mas depois percebeu que tinha montado a mesma sequência que seu pai no LP de 1977. Uma bela história, mas é difícil acreditar que tenha sido mera casualidade. Até as emendas entre uma e outra música foram mantidas sem alteração. Por exemplo, quem conhece os dois shows completos (há bastante tempo disponíveis em bootlegs) sabe que o "thank you, Ringo" que John diz após a interpretação de "Boys" é de 1964 e o que ele fala logo a seguir é de 1965. Estava assim no LP e continua no CD. Também o fato de quatro faixas bônus terem sido relegadas para o final do disco, depois que Paul anuncia o final do show com "Long Tall Sally" e a faixa encerra com um fade, é indício de que a intenção foi preservar a edição original. Outro detalhe que permanece é que, na despedida, foi removida a observação de Paul (que se ouve no bootleg) de que, "ao contrário do que muitos pensam, nunca tocamos mais tempo do que isso". Os shows dos Beatles tinham menos de meia hora mas, como no disco foi simulada uma apresentação mais longa, essa ressalva de Paul ficaria sem sentido.
Enfim, apesar da capa e do questionável uso do CD para promover o já citado filme, The Beatles Live at the Hollywood Bowl é um lançamento mais do que bem vindo. Capta o auge da Beatlemania ao som dos gritos histéricos das fãs. Se é verdade que os Beatles não conseguiam ouvir a si mesmos enquanto tocavam, em razão da gritaria, o desempenho deles é surpreendente. Nenhuma dessas interpretações supera os originais de estúdio, mas o valor histórico é indiscutível. Destaque para "Twist and Shout", "She's a Woman", "Boys", "A Hard Day's Night", "Long Tall Sally" e, entre as faixas bônus, "I Want to Hold Your Hand".
1 Comments:
Amigo preciso de um grande favor. Você poderia me informar qual a musica da propagando do IPV no ano de 1973? Aguardo e muito obrigado
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