Chris Squire (1948-2015)
Quase todos os fâs têm a mesma reação quando morre um ídolo da música: vão correndo ouvir alguma gravação do artista que acabou de falecer. Comigo não foi diferente. Esperei meu filho terminar de ouvir os CDs preferidos dele e tirei da gaveta a edição especial em CD do álbum Fish Out of the Water, de 1975. É um trabalho solo de Chris Squire, em que ele também canta. Não tinha má voz. Esse relançamento traz um DVD bônus com uma entrevista, o clip de "Hold Out Your Hand"/"You By My Side" e comentários do próprio Squire às faixas do disco.
Normalmente os baixistas de destaque se encontram em grupos de hard rock, heavy metal, jazz, rhythm'n'blues ou funk (o legítimo, originário dos Estados Unidos). Pois Squire, numa banda inglesa de rock progressivo, em meio a longos solos de teclado e guitarra, conseguiu se projetar como o melhor instrumentista da formação. Tinha um estilo próprio de executar seu instrumento, muito mais como uma segunda guitarra do que como marcação de ritmo. Aqui em Porto Alegre, o também saudoso Flávio Chaminé (Bobo da Corte, Saracura, etc.) parecia usar uma técnica semelhante.
Chris Squire era o dono da marca Yes. Quando o vocalista Jon Anderson, o tecladista Rick Wakeman, o guitarrista Steve Howe e o baterista Bill Bruford - todos músicos do Yes - se reuniram no final dos anos 80 acompanhados pelo baixista Tony Levin, tiveram que se chamar Anderson Bruford Wakeman Howe. Fizeram shows, lançaram discos, mas era apenas o Yes com outro nome. A grande curiosidade agora é saber como ficará o futuro do grupo sem o seu fundador.
Nos anos 70, qualquer roqueiro famoso que viesse ao Brasil era recebido com honras de extraterrestre. A partir do primeiro Rock in Rio, em 1985, isso começou a mudar. Percebi claramente os novos tempos da primeira vez que o Yes se apresentou em Porto Alegre, no dia 19 de maio de 1998. Convenhamos que o bar Opinião era um local pequeno para um grupo tão lendário. Enquanto muitos se espremiam como sardinhas enlatadas em frente ao palco, outros optaram por ficar bem tranquilos junto ao bar, tomando sua cervejinha. Eu fiquei mais ou menos no corredor entre os dois espaços, tentando ver os músicos de longe. Quando o baixista começou a solar, o músico Bebeto Alves interrompeu o papo com o crítico Juarez Fonseca para comentar: "Olha o Chris Squire detonando!" Juarez completou: "Ele é ótimo!" E seguiram conversando.
Lá embaixo, depois de todas as fotos, está o vídeo que gravei com o final do show de 2103, em que o grupo cantou "Roundabout". Pode-se ter uma ideia do excelente desempenho do baixista. R.I.P., Chris Squire!
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home