Apelos sem resultados
Os depoimentos que estão sendo colhidos no caso do menino Bernardo, cuja
madrasta é acusada de tê-lo assassinado, trazem novamente à baila as
polêmicas sobre o assunto. E uma tecla em que todos batem desde o início
é: por que os pedidos de socorro do garoto não surtiram efeito? Ele
procurou ajuda no Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do
Adolescente de Três Passos. Os procedimentos que se desencadearam a
partir daí culminaram com o pai pedindo ao Juiz uma chance de se
reaproximar com o filho. E foi atendido.
Falhas houve, sem dúvida. Segundo notícia publicada no Uol, "a rede de proteção infantil deveria observar a família e reportar à promotoria, o que não aconteceu". Mas especificamente quanto à oportunidade concedida pelo magistrado, não vejo como uma decisão condenável. O que choca a todos é a possibilidade que hoje se detecta de que o crime fosse evitado. Mas eu lembro bem como é difícil para um infante, ou mesmo um adolescente, ser levado a sério. Ainda mais contra a palavra de um adulto que é o seu próprio pai.
Ouvi a gravação do progenitor falando com o Juiz. Foi disponibilizada nos sites de notícias. Sua voz tranquila e persuasiva convenceria qualquer um de suas boas intenções. É preciso sempre ter em mente que esse diálogo aconteceu antes do delito, quando ninguém seria capaz de prever a que ponto a situação chegaria. Temiam-se, talvez, maus tratos, desamor, omissão paterna, mas quem poderia pensar em morte? Assim, o Juiz concluiu: "Nesse caso, como não houve violência, por tratar-se de questão afetiva, nós apostamos na preservação dos laços familiares."
Eu poderia escrever páginas e páginas sobre momentos de minha infância e adolescência em que não fui levado a sério. Felizmente, nenhum deles envolvendo nada tão grave que pudesse resultar em crime. Mas eu sei bem o que é dar um alerta e não ter eco. Por isso, não condeno as autoridades pelo que poderiam ter feito. Elas procuraram agir com bom senso. Não foram totalmente omissas, mas deixaram de perceber a real severidade do caso. O pobre Bernardo, com apenas 11 anos, teve seus apelos de criança facilmente desacreditados pela lábia do pai. Agora, só se pode esperar que se faça justiça.
Falhas houve, sem dúvida. Segundo notícia publicada no Uol, "a rede de proteção infantil deveria observar a família e reportar à promotoria, o que não aconteceu". Mas especificamente quanto à oportunidade concedida pelo magistrado, não vejo como uma decisão condenável. O que choca a todos é a possibilidade que hoje se detecta de que o crime fosse evitado. Mas eu lembro bem como é difícil para um infante, ou mesmo um adolescente, ser levado a sério. Ainda mais contra a palavra de um adulto que é o seu próprio pai.
Ouvi a gravação do progenitor falando com o Juiz. Foi disponibilizada nos sites de notícias. Sua voz tranquila e persuasiva convenceria qualquer um de suas boas intenções. É preciso sempre ter em mente que esse diálogo aconteceu antes do delito, quando ninguém seria capaz de prever a que ponto a situação chegaria. Temiam-se, talvez, maus tratos, desamor, omissão paterna, mas quem poderia pensar em morte? Assim, o Juiz concluiu: "Nesse caso, como não houve violência, por tratar-se de questão afetiva, nós apostamos na preservação dos laços familiares."
Eu poderia escrever páginas e páginas sobre momentos de minha infância e adolescência em que não fui levado a sério. Felizmente, nenhum deles envolvendo nada tão grave que pudesse resultar em crime. Mas eu sei bem o que é dar um alerta e não ter eco. Por isso, não condeno as autoridades pelo que poderiam ter feito. Elas procuraram agir com bom senso. Não foram totalmente omissas, mas deixaram de perceber a real severidade do caso. O pobre Bernardo, com apenas 11 anos, teve seus apelos de criança facilmente desacreditados pela lábia do pai. Agora, só se pode esperar que se faça justiça.
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