domingo, maio 15, 2011

Edição de aniversário de "Bridge Over Troubled Water"

Ainda não sei se a edição especial de 40 anos (completados em 2010) do álbum "Bridge Over Troubled Water", de Simon & Garfunkel, será lançada no Brasil. Mas, quem quiser, pode importar sem medo: o DVD especial que acompanha o CD não tem bloqueio de zona e inclui legendas em português (e também em inglês, francês, holandês, alemão e espanhol). São dois documentários: "Sounds of America" (52 minutos), exibido originalmente em 1969 e recuperado a partir de duas fitas diferentes, e "The Harmony Game" (uma hora e dez minutos), produção atual com entrevistas da dupla, do produtor Roy Halee e músicos que participaram do disco.

O álbum "Bridge Over Troubled Water" saiu em 1970, tornou-se um clássico, mas foi também o último lançamento de Simon & Garfunkel juntos (descontados registros ao vivo de duas reuniões posteriores). No Brasil, os discos da dupla que saíram a partir dos anos 60 eram versões bastante modificadas dos lançamentos originais. Quem tem o vinil brasileiro e nunca comprou nenhum relançamento em CD pode se surpreender com a lista de músicas (lembro de uma carta à saudosa "Revista do CD" em que um leitor reclamava das "modificações" no CD "Simon & Garfunkel's Greatest Hits", sem saber que o CD estava certo - o vinil brasileiro é que tinha sido adulterado!). Eis as faixas do CD (idênticas à do LP original americano):

1. Bridge Over Troubled Water
2. El Condor Pasa (If I Could)
3. Cecilia
4. Keep The Customer Satisfied
5. So Long, Frank Lloyd Wright
6. The Boxer
7. Baby Driver
8. The Only Living Boy in New York
9. Why Don't You Write Me
10. Bye Bye Love
11. Song For The Asking

O especial de TV "Songs of America" é precioso por seu valor histórico, mas tem alguns trechos um tanto enfadonhos. Só mesmo os fanáticos por música devem ter ouvido com interesse quando "Bridge Over Troubled Water" e a versão em inglês de "El Condor Pasa" foram mostradas pela primeira vez, enquanto eram exibidas imagens dos Kennedy, de Martin Luther King e de protestos contra a fome nos Estados Unidos. O diretor Charles Grodin (o ator que é esmagado por King Kong na versão de 1976) relata no documentário "The Harmony Game" que um milhão de pessoas desligaram suas TVs quando viram o trem que transportava o corpo de Robert Kennedy. Sem dúvida, para os americanos da época, a imagem deve ter causado desconforto. Mas o fato é que toda essa parte do meio do programa, ao menos vista hoje, torna-se panfletária e cansativa.
Os melhores trechos de "Songs of America" são mesmo os que mostram Simon & Garfunkel no estúdio e no palco. Ironicamente, a primeira música que eles aparecem ensaiando é "Cuba Si, Nixon No", que acabaria ficando de fora do disco por insistência de Garfunkel. Ela pode ser ouvida num bootleg ao vivo de excelente qualidade, intitulado "Back to College".
Já "The Harmony Game", este sim, é um documentário perfeito. Além de analisar o especial de 1969 em perspectiva, a dupla comenta as principais faixas do antológico álbum. "So Long, Frank Lloyd Wright" é descrita como tendo influência de música brasileira (de fato, há um certo tom "Jobiniano" no arranjo). Simon conta como ouviu "El Condor Pasa" pela primeira vez, em Paris, com o grupo Los Incas. Explica também que "The Only Living Boy in New York" foi feita para Garfunkel, quando o cantor viajou ao México para participar do filme "Catch 22". Sobre a faixa-título, ele diz que a música surgiu de repente e ele teve consciência de que era uma composição acima da média entre as que ele costumava criar.
Além do já citado produtor Roy Halee, também contribuem com depoimentos o baterista Hal Blaine e o baixista Joe Oborne. Infelizmente, o pianista Larry Knechtel, que deixou sua participação eternizada na faixa-título e depois integrou o Bread, não está mais entre nós.

A edição traz ainda um livreto ilustrado de 22 páginas com texto de Anthony DeCurtis

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Emilio, dá uma olhada nesse link: http://enghawturbo.wordpress.com/2011/05/15/1987-engenheiros-do-hawaii-no-teatro-presidente-poa-rs/
[]s

11:16 AM  
Anonymous Lucas said...

Primeiro lugar que encontrei alguém falando dessa diferença dos lançamentos brasileiros dos álbuns da dupla. Isso sempre me incomodou e eu nunca tinha encontrado motivo em lugar nenhum.

11:49 PM  
Blogger Emilio Pacheco said...

Lucas, nos anos 60 isso era muito comum nos lançamentos brasileiros de artistas estrangeiros. A começar pelos próprios Beatles.

4:56 AM  

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