terça-feira, janeiro 22, 2008

Celular em público

Quando telefone celular era novidade, eu achava que havia um misto de inveja e preconceito em quem reclamava do uso do aparelho em público. Qual o problema? As pessoas não conversam normalmente na rua, em ônibus, táxis, orelhões, lotações, aviões...? E os outros ouvem tudo. Por que não usar livremente o telefone celular diante de outros? Se não pudermos usá-lo em trânsito, por que então carregá-lo? Mas no começo a ostentação de um celular incomodava uns e outros.

Eu já disse muitas vezes que não sou fã de telefone celular. Não entendo essa euforia pelo aparelho. As lojas de celulares estão tomando conta dos shoppings. Eu só me rendi ao celular quando percebi o quando poderia ser útil para mim numa crise de asma, por exemplo. De resto, acho um incômodo que a gente possa ser achado em qualquer lugar. Acabou a privacidade. Acabou o "Fulano não está". Como, "não está"? Então o celular dele está andando sozinho por aí? Também não gosto muito de MSN, mas sobre isso falarei mais detalhadamente em outra oportunidade.

Mas há, sim, situações em que um celular é desagradável. Num cinema, por exemplo. Teatro. Palestra. Reunião. E outros casos. Já sobre o uso em público, acho normal. Foi para isso que o aparelho foi criado. Mas, claro, é preciso manter uma certa discrição. Agora mesmo, numa lan house, um sujeito se instalou diante do computador e se pôs a falar em altos brados. "Não tem poblema!" - repetiu diversas vezes. Além de ferir os ouvidos, agredia também o idioma pátrio. Gritou ao telefone por cerca de cinco minutos e depois ainda tentou discutir o tempo efetivo do uso do computador. E saiu da sala com a sutileza de uma jamanta desgovernada.

Celular foi feito para ser usado. E às vezes surgem emergências. Mas é preciso respeitar os ouvidos alheios.