Bem na hora da chuva
E fui. Fiquei realmente impressionado. Era um temporal de filme, daqueles que a gente raramente vê ao vivo, pois fica em casa, bem protegido. Ou espera passar antes de sair. A chuva vinha maciça, levada pelo vento, dobrando postes e árvores. As ruas rapidamente se alagavam. Nem me preocupei em não encharcar os tênis. Lancei-me bravamente em minha missão. Chegando ao supermercado, vi várias pessoas paradas na porta, olhando inconsolavemente para a rua, como quem diz: "E agora?"
Comprei o que precisava e mais um pouco. Na volta, com uma das mãos ocupadas com as compras, restou-me uma mão só para manejar o guarda-chuva. Ainda bem que não encontrei nenhum conhecido pelo caminho, pois teria sido uma situação meio estranha. Só imagino ele perguntando:
- O que você veio fazer na rua, com essa chuva toda?
E eu, com a bermuda molhada, a camiseta toda respingada, protegendo-me da "cachoeira" pluvial, responderia:
- Buscar água...
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