Sinais
Mas o que me chamou a atenção é que, na reduzida platéia, havia quatro surdos-mudos e uma intérprete. Não conheço a linguagem de sinais, mas pelo que pude observar é um híbrido de letras, gestos simbólicos e muita expressão facial. Era até engraçado: a fala pausada e tranqüila do Zé Edu, na tradução da moça, virava um repertório de caretas, olhos arregalados, testa franzida, movimentos exagerados de lábios e, claro, gestos rápidos com as mãos. É incrível o carisma de algumas dessas profissionais. Quem lembra de uma moreninha que trabalhava com a Xuxa há vários anos? Tinha um sorriso tão bonito que quase roubava o show. Pois ontem eu, em alguns momentos, fiz desfeita para o Zé Edu e fiquei admirando o gestual e as caretas simpáticas daquela moça. Será que ela não perde nada em sua interpretação? Parece haver também um pouco de improvisação. Quando o Zé Edu citou um lugar que ficava "perto de Palmas", ela bateu palmas duas vezes! Mas se havia alguma dúvida de sua competência, dirimiu-se quando coube a ela traduzir para o palestrante o que alguns dos surdos transmitiam. A riqueza de detalhes foi impressionante.
Deve ser triste viver num mundo em que não existe música, nem vozes, nem qualquer tipo de som. Mas a superação é algo fantástico. E ontem me convenci de que a linguagem de sinais é plenamente eficaz para transmitir simpatia, carinho e sedução.
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