quarta-feira, outubro 06, 2004

Asmático unido...

Parece piada, mas está no jornal: em Santo Ângelo, no interior do Rio Grande do Sul, um grupo de asmáticos se reuniu para exigir corte de árvores cujo pólen lhes desencadeia as crises de falta de ar. Não sei se a situação da cidade é peculiar, se há nela uma concentração específica de um tipo arbóreo que cause essa reação. Só sei que não consigo decidir se estou contra ou a favor. Porque eu adoro árvores e tenho asma.

Tive minha primeira crise de falta de ar aos 25 anos. Fiz raio-X e tudo o mais e não apareceu nada. Passaram-se vários anos até que um médico me falou: "Olha, se nunca te disseram antes, tu tens asma." Fiquei surpreso. "Mas como? Nunca tive nada até os 25 anos?" Ele respondeu: "Mas é assim mesmo." Até que comecei a somar as coisas. Certa vez outro médico me descreveu como uma pessoa "atópica". Em outras palavras, alérgica. E sou mesmo. Tenho coceira na garganta, tendência a faringite (mais no meu passado de "atleta" – um dia escrevo sobre isso), rinite alérgica (tem gente que pensa que é cacoete, mas vocês não imaginam a coceira insuportável que dá às vezes), irritação nos olhos, coceira no ouvido – e falta de ar.

Agora lembro que eu tive crises fortes de asma nas primeiras vezes em que fui a Santa Clara do Sul, onde moravam os pais de uma ex-namorada minha. Na época, concluí que deveria ser da cortina do quarto onde dormíamos. Trocamos de quarto e, aparentemente, resolveu o problema. Mas havia árvores nas proximidades, sim. Por outro lado, que remédio? Quando fui a São Paulo, longe de qualquer área verde, o "ar puro" da maior cidade brasileira me causou o mesmo efeito. Fechem as fábricas! O asmático tem que aprender a conviver com isso, não adianta.

Mas não vou prejulgar os "companheiros" de Santo Ângelo, pois não conheço bem a região. E, depois dessa notícia, acho que nem quero conhecer.