sexta-feira, julho 25, 2025

Sobre o envio particular de links

Estava relendo outra postagem antiga do Blog, "Mensagens repassadas", de 2005. Naquele tempo, a rede social em voga no Brasil era o Orkut, mais centrado em comunidades. Então o repasse de mensagens, em geral, acontecia por e-mail, mesmo. E a moda era o envio de arquivos de Power Point com mensagens de amor e otimismo, muitas vezes com assinatura indevida de algum escritor famoso que jamais escreveria algo sequer parecido.
Hoje o panorama internético está mudado. A moda das apresentações em Power Point, felizmente, passou. Temos o Facebook e o Instagram para postar qualquer imagem, vídeo ou notícia que achemos interessante. Assim, visualizações e comentários acontecem de forma mais racional, por quem eventualmente se sentir atraído pelos assuntos respectivos.
É claro que os envios particulares ainda acontecem. Não só "no privado" do Facebook e do Instagram, mas também por Whatsapp, que hoje parece estar sendo mais usado do que e-mail para mensagens rápidas. E é normal que nos lembremos de amigos que se interessam por determinados temas quando eles aparecem. Mas um pouquinho de seletividade não faria mal a ninguém.
Vou dar um exemplo: você vê um vídeo dos Rolling Stones e envia àquele seu amigo que é fanático pela banda de Mick Jagger e Keith Richards. E ainda acrescenta um recadinho: "Olha que legal, lembrei de você!" Mas o que acontece a seguir? O seu amigo logo identifica o trecho recebido como sendo de um show que ele tem há anos em sua coleção e já viu mil vezes. Para não ser indelicado, ele agradece. E apaga o anexo para não sobrecarregar desnecessariamente o celular ou computador.
É uma pena que não esteja mais no ar um texto da tradutora Carolina Alfaro intitulado "O maldito botão de forward". Pois ali ela criticava os encaminhamentos indiscriminados. Sugeria uma série de perguntas para o internauta fazer a si mesmo antes de repassar qualquer coisa a quem quer que seja. Mesmo com o Facebook, mesmo sem a moda das apresentações em Power Point, todos deveriam ser mais criteriosos ao enviar links. Deem preferência a suas linhas do tempo das redes sociais e restrinjam os compartilhamentos particulares ao estritamente necessário.