Filho é tudo
Nem vou entrar na questão da violência urbana, falta de segurança nas ruas e similares. O que eu gostaria de focalizar é o quanto foi emblemática a frustração do sequestro. Fosse um bem material o alvo da subtração, a tentativa teria sido bem sucedida. Até mesmo um ladrão desarmado consegue se apoderar de um relógio, um celular, uma carteira ou uma pasta, valendo-se de uma situação intimidadora ou de elemento surpresa. A mão armada, leva-se um carro com relativa facilidade. Não vale a pena arriscar a integridade física ou a própria vida por um objeto. "Vão-se os anéis, ficam os dedos", diz o surrado clichê.
Por outro lado, pode haver um bem mais precioso para alguém do que... um filho? Principalmente para uma mulher, que o gestou por nove meses. Não me surpreende nem um pouco que essa mãe tenha se agarrado ao seu bebê a qualquer custo! O susto e o pânico do momento talvez lhe embacem a memória, mas imagino que ela tenha suportado toda a sorte de agressões. A imprensa preservou seu nome, mas a foto mostra um braço arranhado. O que a faria ceder? Nada, presumo. Nem mesmo a visão de uma arma. Qualquer risco ela assumiria para não vivenciar o pesadelo, a verdadeira "morte em vida", que seria ver um filho de somente três meses desaparecer diante de seus olhos.
Não digo que uma tentativa de sequestro como essa tivesse chance zero de vingar. Como bem observou a mãe do meu filho, quando conversamos hoje sobre o ocorrido, uma pessoa distraída poderia ter um nenê subitamente removido do seu colo. Por sorte, a vítima em questão teve tempo de se colocar na defensiva. E eu só calculo, nessa hora, a força sobre-humana que advém à progenitora, tornando-se uma verdadeira leoa na defesa do seu filhote.
Filho é tudo. Temos que estar sempre atentos para zelar por eles.
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