quarta-feira, novembro 25, 2015

Brodersã

Ontem à noite, antes tarde do que nunca, assisti ao documentário "O dia que durou 21 anos", sobre a participação americana no Golpe de 1964. Em certo momento, o entrevistador pergunta a Robert Bentley se ele ouviu falar na operação "Brodersã". O ex-assistente do Embaixador Lincoln Gordon, que fala português fluente, questiona: "Operação o quê?" E ouve novamente: "Brodersã". Ele diz que não. Fica muito estranho, mas a mim pareceu que ele não entendeu. Afinal, para quem fala inglês de verdade, existe uma diferença enorme entre "Brodersã" e "Brother Sam", que foi o que o entrevistador quis dizer. Nesse caso, somente as letras "b" e "s" foram pronunciadas corretamente. 

As palavras ditas com sotaque são um dos aspectos curiosos nas diferenças entre falantes de diferentes idiomas. Lembro que um americano amigo meu, que falava português com sotaque gaúcho, perguntou a uma brasileira se ela tinha estado no "micdánalds", nos Estados Unidos. Ela respondeu que não. Ele ficou surpreso: "Não estiveste no micdánalds?" Ela confirmou que não. Aí eu resolvi traduzir: "O maquidônalds!" Então ela disse: "Aaaaaah, o maquidônalds! Sim, estive!"

Mas tudo bem. Aqui no Brasil os fãs de rock curtem Estingue, Nazaré, Blecsabá e Aironmêiden. Nos Estados Unidos eles admiram Pelei e Cárman Mârrénda.