Liberdade para os dois brasileiros!
Não se pode negar que muitos brasileiros, quando vão aos Estados Unidos e se juntam em bando, comportam-se de forma inconveniente. Cantam em voz alta, fazem algazarra e se ofendem se forem mandados parar. Não percebem que estão na casa dos outros e deveriam se adequar às normas do lugar. Mas o caso desses dois jovens é diferente. Fizeram uma brincadeira na hora errada. Até não sei se o diálogo deles foi em português ou em inglês. De qualquer forma, os funcionários da Alfândega dificilmente perceberam a intenção do trocadilho, pois a "bomba" que eles levavam na mala é a que bombeia ("pump") e não a que explode ("bomb").
Quando cheguei no aeroporto de Atlanta em fevereiro de 2002, fui atendido com bom humor por um funcionário que tinha o jeitão do Leslie Nielsen, de cabelo branco. Começou perguntando por que eu iria a Athens. "Não há nada em Athens!" Depois me disse que, quando ele ia ao Brasil, tinha outro nome. Como o sobrenome dele era Clinton, perguntei se era Bill. Ele respondeu com sotaque americano: "Ricardão". Já na volta para o Brasil, tive que passar meus tênis no raio X e mostrar o que levava na bagagem de mão, mas tudo num clima amistoso. Antes de entrar no avião, a funcionária pediu que eu mostrasse o que estava fazendo volume no meu bolso. Era um monte de chicletes. Ela disse: "Ah, estes são seus chicletes (gums)." Eu respondi: "Sim, são meus chicletes (gums), não meus revólveres (guns)." Ninguém me prendeu por ter falado isso.
Meus amigos costumam me chamar de americanista. Eles acham que eu sempre defendo os Estados Unidos, assim como eu acho que eles sempre estão contra. Mas nesse episódio houve excesso de intolerância. Os rapazes erraram? Com certeza. Mas foi apenas uma molecagem típica de brasileiro. A pena que estão pagando é exagerada e injusta. Liberdade para esses jovens já!
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