Audible no Brasil
Sou cliente da Audible americana desde 2011, o ano em que os audiobooks (ou audiolivros, como preferem alguns) entraram na minha vida para ficar. Com eles, ganhei um incentivo adicional para minhas caminhadas, que passei a fazer com mais constância e regularidade. Também os ouço em deslocamentos diversos a pé ou de carro, em refeições que faço sozinho ou em afazeres eventuais, como dar uma ajeitada no apartamento.
Pois faz pouco tempo que inaugurou o site da Audible Brasil. Já o testei e, lamentavelmente, não poderei usá-lo. Faço questão de continuar ouvindo meus audiobooks no iPod Shuffle, que é um dispositivo do tamanho de um biscoitinho de queijo, bem mais fácil de transportar por aí do que um smartphone. Só que, para isso, preciso autorizar meu computador a importar os arquivos da Audible para o iTunes. Esse procedimento é tranquilo na Audible americana, mas não consigo realizá-lo no site brasileiro. A explicação que me deram é que, como o iPod é um aparelho fora de linha, a Audible Brasil não dá suporte a ele. Eu imagino que não seria difícil implementar uma forma de resolver esse problema, mas sempre é mais fácil lavar as mãos quando se trata de um sistema descontinuado. Então vou seguir comprando meus audiobooks da Audible americana. Os arquivos que eu baixo de lá, consigo adicionar à minha biblioteca do iTunes. Da Audible brasileira, não.
Mas a vantagem é que, com a chegada da Audible ao Brasil, aumentou bastante a quantidade de audiobooks de autores brasileiros. Esses são vendidos também no site americano. Então, já estão em minha lista de desejos títulos de Jorge Ferreira (da série "O Brasil Republicano"), Laurentino Gomes (da série "Escravidão"), "Todo dia a mesma noite" de Daniela Arbex, "De cu pra lua" de Nélson Motta, "O povo brasileiro" de Darcy Ribeiro, "Me esqueçam: Figueiredo" de Bernardo Braga Pasqualette, "Simonal: quem não tem swing morre com a boca cheia de formiga" de Gustavo Alonso, "Em nome dos pais" de Matheus Leitão e outros. Para quem não se importa em ouvir audiobooks somente em celulares e computadores, a Audible brasileira é recomendada.
Lembrando que também existem como alternativas o site da Google Play e da Ubook (este somente por assinatura, sem opção de compra dos audiobooks). Infelizmente, parecem não acontecer mais lançamentos de audiobooks em CD no Brasil. A editora Plugme os disponibilizava em mp3 em mídia física. Mas às vezes penso em organizar um movimento pela volta do iPod Shuffle. Ou pela compatibilidade dos audiobooks dos sites com players miniaturizados de áudio. No dia em que meu iPod Shuffle parar de funcionar, se eu não conseguir um substituto (já devo estar no terceiro ou quarto, perdi a conta), terei de encontrar um aparelho semelhante e compatível. Nem pensar em carregar um trambolho de um lado para o outro (o smartphone, no caso) para poder ouvir meus audiobooks.
Leia também: "Audiobooks em português"
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