Ontem e hoje
O acampamento no Anfiteatro Pôr-do-Sol, hoje, às 15 horas. Depois das 17, caiu uma chuva torrencial.
Aqui, a barreira que impedia o acesso do público às proximidades do TRF-4, um dos prédios que se veem ao longe.
Lula foi condenado por unanimidade, isto é, 3 a 0. Consuma-se a segunda parte do golpe. O mais triste de tudo isso é que nossa democracia foi posta à prova e não passou. Confirmou-se que a grande imprensa e as elites ainda conseguem interferir no processo eleitoral. Não apenas afastando uma Presidente legitimamente eleita, mas também impedindo que o sucessor dela se candidate. Uma farsa em dois atos. Deixa de existir o lado bonito da democracia - diria até sua própria essência - que é a soberania e o respeito à vontade do povo. A nós, que estivemos o tempo todo contra essa manobra desleal, só resta seguir de cabeça erguida, na certeza de termos feito a coisa certa.
3 Comments:
Querido Emílio!
Não sou filiado a nenhum partido e voto nas pessoas que acho que mereçam meu voto e adianto que sempre votei no Lula, enquanto foi candidato.Mas tenho notado tu escrevendo constantemente sobre democracia e o Impeachment da Dilma.Quando o Collor, presidente eleito, sofreu o Impeachment, o Lula e a Dilma aplaudiram, concordaram, acharam justo.Qual tua opinião sobre isto? Não esta havendo incoerência, dois pesos e duas mediadas?Prefiro ler o teu blog sobre assuntos que não seja sobre política e futebol, mas agora fiquei curioso sobre esta tua interpretação dos fatos.
Abraço.
Lasek
Eu realmente não votei no Collor e senti no bolso a melhora quando ele saiu. Mas também não vi motivo para festa e Carnaval, como aconteceu na época. Levamos mais de 20 anos para eleger um Presidente e agora ele não vai até o fim? E ainda fazemos festa por isso? Eu não gostava do Collor, mas não tenho dúvida que ele caiu não por roubos que tenha feito, mas por uma repentina perda do apoio político de quem o havia "engrandecido". Fiquei pensando que poderia ter sido o Lula. Depois o Itamar assumiu e as coisas engrenaram. Tentei encarar o episódio do Collor como um incidente isolado. Como se a democracia fosse um carro que ficou mais de 20 anos sem ser usado e falhou na primeira tentativa de funcionar novamente. Infelizmente durou pouco. O povo aprendeu que existe impeachment e ele passou a ser usado de forma corriqueira e não como último recurso, como deveria ser. Infelizmente a tradição golpista do Brasil foi mantida. Que se reflete, entre outras coisas, nessa mania de dizermos sempre "Fora Fulano", "Fora Beltrano". Isso é golpismo,
Dá uma lida no que eu escrevi em 2009 pra ver que não é de hoje esta minha linha de pensamento.
http://emiliopacheco.blogspot.com.br/2009/02/reacoes-extremadas.html
Jamais conseguirei ir às ruas para defender um candidato em quem não votei, mas também não engrossarei movimentos para derrubá=lo. Se ele foi legitimamente eleito, tem que ir até o fim. Hoje mesmo tenho um prefeito e um governador em quem não votei. Posso eventualmente criticar a administração deles, mas fazer campanhas para derrubá-los, jamais. Se não aprendermos a respeitar o resultado das urnas, jamais teremos democracia de verdade.
Talvez não gostes de ler o que escrevo sobre política e futebol porque nossas posições são antagônicas nessas duas áreas. Acontece.
Abraços.
Emílio
Prezado Emílio!
Não é por termos posições antagônicas, uma vez que eu sou mais flexível em relação a estes dois assuntos, sou do tipo que, mesmo sendo gremista, elogio o Inter se acho que mereça e elogio o político se acho que ele desempenha um bom papel, independentemente a que partido pertença, enquanto tu, ao que me parece, defende políticos, centrado em partido político.Mas deixa assim,não quero entrar em debate ou polêmica nestes assuntos conflituosos e continuarei a ler teu blog, como faço diariamente,e continuarei a tê-lo na mais alta conta no meu conceito.
Grande abraço.
Lasek
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