O disco perdido de Diana Pequeno
À primeira vista, Signo segue o mesmo padrão da recente sequência de CDs. Mas, examinando-se a ficha técnica na contracapa do encarte, um dado chama a atenção: as músicas foram gravadas entre dezembro de 1989 e janeiro de 1990. Mas ficaram inéditas esse tempo todo. Então o que temos aqui é um "disco perdido" de Diana, que poderia ter saído logo depois do Mistérios, LP independente de 1989. Inclusive os músicos Elias Almeida (guitarra e violão) e Papete (percussão e teclado), do disco anterior, reaparecem respectivamente em três e duas das 11 faixas do CD. Nas demais, o grupo base tem Ney Marques nas violas, Nelson Presbiteri no baixo, Rogério Martins nos teclados e Manoel Pacífico na percussão.
Outra diferença é o repertório. Enquanto nos três CDs anteriores e, posso adiantar, também no próximo, predominam composições próprias de Diana, nessa produção de 89/90 a cantora baiana seguiu a antiga fórmula de interpretar autores consagrados. O disco abre com "Voarás", de Paulinho Pedra Azul, que é o mesmo Paulinho Morais de quem Diana gravou a linda "Vagando" em 1981. Em seguida, "Corsário", de João Bosco e Aldir Blanc, que também consta do Alma Moura em gravação posterior. Ainda três parcerias da cantora com Ney Marques aparecem em duplicata com o CD Alma Gêmea, mas aqui em versões diferentes: "Paixão", "Signo" e "Flores do Mal". Esta última, aliás, já conta três gravações. A primeira foi ouvida em 2001 abrindo o CD Cantigas. Mas o arranjo deste CD ganhou uma roupagem bem pop com teclado e guitarra, faltando apenas um sax para ficar com jeito de Kid Abelha. Voto nessa como a melhor das três.
Mais duas músicas também constam em outros discos de Diana em versões alternativas, no caso, "Desse ou D'Outro Lado", parceria da cantora com o gaúcho André Gomes (aparece em Alma Moura) e "Ser Feliz é Melhor Que Nada", com versos de Diana sobre uma canção tradicional de Cabo Verde (gravada anteriormente em Mistérios). E por falar em gaúchos, outros dois compositores do Rio Grande do Sul estão neste CD: Vitor Ramil com "Clarisser" (lançada por ele em 1984 em A Paixão de V Segundo Ele Próprio) e "Vim Vadiá" de Nélson Coelho de Castro (do segundo LP de Nélson em 1983). Esta teve uma pequena alteração na letra: o "tri bom" do original virou "tão bom", trocando a gíria rio-grandense por uma linguagem mais nacional.
Enfim, para quem estava com saudade de ouvir Diana Pequeno como intérprete de autores diversos, este CD é um bem-vindo presente. Enquanto isso, a baiana segue dando vazão a seu lado de compositora em gravações mais recentes. Para encomendar este e os demais CDs, escreva para epfj@bol.com.br.
4 Comments:
Olá Emílio! Poderia por gentileza me informar os nomes de todas as faixas desses discos novos da Diana Pequeno? Poderia postar as fotos das contracapas dos discos aqui? Gostaria de ter maiores informações sobre esse álbuns! Aguardo e desde já agradeço!!!
Assim que tiver tempo, faço isso.
Caro Emílio, ficarei portanto no aguardo de que você poste uma foto das contracapas desses 5 novos discos da Diana Pequeno, porque infelizmente não encontrei nenhuma informação sobre isso... Sou fã da cantora e gostaria de saber os nomes das faixas dos álbuns. Sou pesquisador musical de BH e tenho um site de pesquisa musical chamado Discoteca Brasil, onde gostaria de incluir os 5 novos discos dela para pesquisa em meu site, onde terá informação sobre os nomes das faixas novas e dos compositores que escreveu cada canção. Agradeço e fico no aguardo dessa importante informação para manter a memória da música brasileira viva. Um abraço e tenha uma ótima semana.
Não quer me mandar seu e-mail? O meu é:
emiliopa@gmail.com
Postar um comentário
<< Home