Revoltante
Eu sei que não é fácil ser pai. Faça o que se fizer, sempre fica a sensação do erro. No caso, meu filho é uma menino autista, nasceu com a bênção de ser sempre criança. Cabe a nós, os pais, garantir que sua eterna infância seja respeitada. Feita essa ressalva, a lembrança que tenho de meu pai é a de que ele protegia seus filhos incondicionalmente, mas jamais tolerava que cometessem deslizes graves. A proteção vinha acompanhada de uma reprimenda severa. E perante os outros o erro era admitido.
Até posso dar o benefício da dúvida à defesa de que "os pais não têm culpa". Têm e não têm. Cada caso é um caso, errar é humano, diz-me com quem andas e te direi quem és, blá blá blá. Ditados não faltam que se apliquem ao caso. Mas acho que o mínimo que se pode esperar numa situação dessas é que se assuma o erro. Recordo de outro episódio em que uma gangue matou um menino em um balneário gaúcho. Os pais ficaram numa situação constrangedora, fizeram tudo para defender seus filhos, mas não lembro que em algum momento tenham dado declarações como a que se ouviu ontem.
Queremos justiça. Será que é pedir muito?
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