terça-feira, março 31, 2015

O título será como antes

Procurando imagens para ilustrar um comentário que pretendia fazer, acabei descobrindo que outro jornalista já o havia feito. Nesta página aqui, o mineiro Alberto Villas observa que, com o lançamento da biografia de Elis, agora existem dois livros com o título "Nada Será Como Antes". O primeiro é de autoria de Ana Maria Bahiana e foi publicado em 2006. Os subtítulos os diferenciam: um é "MPB Anos 70 30 Anos Depois" e o outro é "Elis Regina". Antes que comecem as defesas inflamadas, deixo claro que eu sei que não houve intenção de imitar ou plagiar. Nomes repetidos em livros e filmes existem aos borbotões. Com a popularidade da canção de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos e o significado emblemático da mensagem, é normal que a frase seja usada repetidas vezes nos mais diversos contextos.
P.S: Como bem observado por vários jornalistas no Facebook, o livro de Ana Maria Bahiana teve sua primeira edição em 1980 e mostrava Milton Nascimento na capa.

sexta-feira, março 27, 2015

O novo Cordas & Rimas

(P.S.: o cantor que apareceu no Galpão Crioulo em 5 de agosto de 2018 foi Santolim. Já falei sobre ele aqui.)

Nos anos 70, existiu um grupo gaúcho chamado Cordas & Rimas. Pois o jovem Cattulo de Campos, filho de um dos ex-integrantes da banda, decidiu homenagear seu pai criando um novo conjunto de mesmo nome. Ele (à direita, na foto acima) e a menina Brenda Netto, de apenas 15 anos, estão na linha de frente da formação atual. Os músicos de apoio são Cristian Sperandir nos teclados, Mário Tressoldi no violão e guitarra, Lucas Braun na bateria, Rodrigo Reis na percussão e Cri Ramos no baixo. Todos esses se apresentaram ontem, no Auditório Barbosa Lessa do Centro Cultural CEEE Erico Verissimo. Era o show de lançamento do CD, que foi vendido na saída.
Um momento especialíssimo da noite foi o reencontro do Cordas e Rimas "do Século XX", como anunciou Cattulo. Da esquerda para a direita: Zé Caradípia (mais conhecido como o autor de "Asa Morena"), Zê, Paulo de Campos e Rui Morselli. Cantaram "Compadre Vento", música que está no CD na interpretação do grupo atual, porém incluindo um trecho da gravação original de 1978.

Zé Caradípia volta ao palco para uma participação especial em "Olhar Pidão".
Outra convidada foi a cantora Loma, que repetiu no palco o dueto que já fizera com Brenda no CD em "Os nós do futuro".
Todos juntos no final.
Além de autógrafos de Cattulo e Brenda, quem quis teve também sua caricatura feita na hora por Felipy Camargo, responsável pelas ilustrações do encarte do CD.

quinta-feira, março 26, 2015

Para hoje à noite

Os horários são próximos, dificultando o comparecimento nos dois eventos. Em todo o caso, estou fazendo a divulgação. Hoje à noite, às 19 horas, tem sessão de autógrafos do grande pesquisador e biógrafo Marcello Campos no Centro Municipal de Cultura. Estará assinando exemplares de seu "Almanaque do Lupi", sobre a vida e obra do compositor Lupicínio Rodrigues.
Uma hora depois, tem Cordas&Rimas no Auditório Barbosa Lessa, no Centro, com entrada franca. Mas leve dinheiro, pois o CD do grupo estará sendo vendido a 20 reais.

sábado, março 21, 2015

Edgar Winter, Dan Hartman e o outono

Ontem à noite fiz uma pequena modificação em meu texto "A música de 1973". É que eu fui procurar no YouTube uma música para postar no Facebook e marcar a entrada do outono. E aí descobri que o álbum They Only Come Out at Night, do Edgar Winter Group, é na verdade de 1972. Saiu no final do ano, então as críticas e repercussões aconteceram em 1973, daí minha confusão. Fora o fato de que o lançamento no Brasil foi mesmo em 73. Mas a "data de nascimento" oficial era 72, então excluí o parágrafo em que citava o LP.
No Brasil, a CBS preferiu usar a foto da contracapa como capa. Deve ter achado a fachada original muito... ousada, talvez?

 Descobri esse disco por um amigo. Nessa época, o Edgar Winter Group tinha dois integrantes na linha de frente: o próprio Edgar Winter (o albino nas fotos acima) e o guitarrista, cantor e compositor Dan Hartman (à esquerda de Winter, de pé, na segunda foto). Nesse e no álbum seguinte, Shock Treatment, Edgar e Dan dividiriam os vocais e as autorias das músicas. No LP de 1972, duas músicas se destacaram: a instrumental "Frankenstein", de Winter, e "Free Ride", de Hartman. Casualmente, foram essas que Edgar Winter apresentou em sua participação na banda de Ringo Starr quando vieram ao Brasil em 2011.
Passou-se um longo tempo sem que eu voltasse a ouvir falar em Dan Hartman (ou talvez nem tanto, "mas quando a gente é pequeno, o tempo custa pra passar, também a gente pode crescer..." - "Armadilha", de Nélson Coelho de Castro e Dedé Ribeiro) até que, em 1978, fui surpreendido com um hit em estilo discotheque creditado justamente ao ex-guitarrista de Edgar Winter. Chamava-se "Instant Replay". Dan Hartman fazendo disco music? Logo ele, autor de rocks enérgicos como "Some Kinda Animal" e "Queen of My Dreams"? Os tempos mudam. E uma curiosidade é que estava na banda dele o guitarrista Vincent Cusano, que depois integraria o Kiss com o pseudônimo de Vinnie Vincent. Quando o grupo veio ao Brasil pela primeira vez em 1983, ainda com os rostos ocultos sob o mistério da maquiagem, ninguém atinou que um deles já havia aparecido de cara limpa e bigode no encarte de um LP:
Em 1984, Hartman voltou a fazer sucesso com a linda "I Can Dream About You", da trilha sonora do filme "Ruas de Fogo". Não era mais disco music, mas permanecia no universo pop. Pensando bem, o músico sempre teve essa veia mais comercial, desde os tempos em que tocava com Edgar Winter. Faixas como "Sundown" e "Maybe Someday You'll Call My Name" não estariam deslocadas em qualquer disco de sua carreira solo. Tanto que ele regravaria "Free Ride" como solista.

Dan Hartman morreu de AIDS em 1994. A exemplo de Freddie Mercury, guardou segredo sobre sua homossexualidade em vida, o que acabou vindo à tona após seu falecimento. Uma de suas mais bonitas composições foi um sucesso em potencial desperdiçado: "Autumn", do já citado álbum They Only Come Out at Night, do Edgar Winter Group. Tocávamos nas nossas "reuniões dançantes" de adolescência. A tradução é "outono". A estação pode ainda se chamar "fall" em inglês, palavra que também significa "queda". É porque as folhas caem. Mas "autumn" tem uma sonoridade mais poética, perfeita para o título de uma música. Tanto que existem outras com o mesmo nome. Mas esta é a minha preferida.

Boa entrada de outono a todos!

terça-feira, março 17, 2015

Massagem no ego

Se tem algo que nunca vai me deixar aborrecido é receber elogios exagerados. Ou um destaque maior do que eu mereceria. O músico Paulo de Campos já havia me avisado que publicaria um perfil meu em sua coluna de cultura do jornal Revisão, de Osório. Eu já tinha passado para ele um breve currículo. Só que ele me informara que seria talvez em abril. Pois hoje entro no Facebook e sou surpreendido por uma postagem compartilhada duas vezes e dezenas de comentários e curtidas. Muito obrigado, Paulo! A força dos amigos é que incentiva a seguir em frente. A imagem acima é meramente ilustrativa. Se quiserem realmente ler a matéria, cliquem aqui para acessar o site do jornal ou aqui para baixar a página em PDF.

segunda-feira, março 16, 2015

Votem na rádio on-line de Hermes Aquino

Conheçam a rádio on-line que toca músicas (inéditas ou não) de Hermes Aquino e votem clicando no sinal de "positivo" que aparece em cima, ao lado das estrelas. É o próprio Hermes quem está pedindo essa força. Aqui está o link: Hermex Radio

quinta-feira, março 12, 2015

Duas valas comuns

Quando houve o impeachment de Fernando Collor em 1992, não vi motivo para festa. Pelo contrário: fiquei bastante apreensivo. Eu não havia votado nele em nenhum dos turnos, nem simpatizara com ele em qualquer momento. Mas não via com bons olhos o fato em si de o primeiro presidente eleito pelo povo em mais de 20 anos não ter chegado ao fim do mandato. Por sorte, não houve a manobra oportunista que eu receava. Na verdade eu senti a melhora diretamente no meu bolso depois que ele caiu. Então deu tudo certo. Aconteceu o que tinha que acontecer, sempre dentro da lei.

Mesmo assim, não se pode negar que o impeachment de Collor reforçou a cultura derrubista que está historicamente impregnada na política brasileira. Criou a falsa ideia de que, se quisermos tirar um presidente, é muito fácil: basta sair às ruas e protestar. Também são poucos os compreendem como e por que ocorre um impeachment, acreditando ser um mecanismo prontamente disponível para afastar um governante a bel-prazer. Depois do "fora Collor", ouviu-se "fora FHC", "fora Lula" e, por fim, "fora Dilma". Em países habituados ao exercício da democracia, os protestos dizem: "não reeleja". Aqui, querem derrubar na marra. Se deu certo com Collor, por que não com outros?

Em tese, é possível ser contra a Dilma, contra o PT e a favor da democracia. Na prática, o que se observa são duas grandes valas comuns em posições antagônicas. A defesa do estado democrático e o repúdio a ânimos golpistas acabam recaindo somente na ala dos que apoiam a presidenta. Mesmo que algum opositor respeite o atual mandato, sua opinião não encontrará guarida em meio à polarização. E do outro lado existe uma gana tão ensandecida em virar a mesa que muitos desejam que isso seja feito a qualquer custo, sem pensar nas consequências. Isso é muito grave.

As investigações da Operação Lava Jato estão sendo encaradas por muitos como uma disputa entre os dois lados. Façam suas apostas: que partido terá mais nomes incriminados? Quem sairá mais enlameado? A resposta óbvia, que a maioria se recusa a perceber, é: o Brasil. Todos sairemos perdendo.

De minha parte, não estou preocupado especificamente com o que acontecerá com Dilma, com o PT ou com os acusados. Que se faça justiça, independente do partido. Não sou a favor da impunidade. Mas estou, sim, preocupadíssimo com algumas mensagens precipitadas e equivocadas que tenho visto em redes sociais. Rezo para que o direito de protesto seja exercido com maturidade e civilidade. O Brasil tem que aprender a viver numa democracia, com seus prós e contras, para não andar mais em círculos.

quarta-feira, março 11, 2015

Flashback

Em 1981 eu tinha 20 anos e estava reunindo a documentação para começar a trabalhar. Precisei de uma segunda via de minha Certidão de Nascimento. Achei curioso que meu pai ainda lembrava o Cartório em que havia feito o registro, inclusive o número da zona. Depois de tanto tempo! Eu já contava duas décadas de vida e ele não tinha esquecido sequer o endereço.

Pois hoje foi a minha vez. Retornei ao cartório em que registrei o Iuri, 21 anos depois. Ainda era no mesmo endereço e tudo igual por dentro. Lembrei-me daquele dia, em janeiro de 1994, quando fui mandar fazer a certidão dele. Parece que foi anteontem. Nestes momentos, entendo por que os mais velhos de minha família me veem como criança até hoje. Para eles, faz pouco tempo que eu nasci. Pois ali estava eu, de novo, no mesmo local, relembrando a emoção de ser "pai fresco". Como a paternidade era uma experiência totalmente nova para mim, tive uma sensação estranha ao ler no final da certidão: "foi declarante - o pai". Pensei comigo mesmo: incrível, este sou eu. "Pai." Que responsabilidade!

Aí pinta um "flashback" e acabo lembrando de tudo. Havia o som de uma emissora FM na sala de parto. A última música a tocar antes do nascimento do Iuri foi "Noites com Sol", de Flávio Venturini. O locutor anunciou "cinco horas" (da tarde) e minha então esposa prestou atenção e repetiu. Meu filho nasceu às 17 e 5, horário de verão. Eu o vi antes da mãe dele. Quando ela me perguntou com quem ele era parecido, respondi, com sinceridade: "Acho que com teu pai!" Mas era casualidade. Recém nascido, ainda bem vermelho e com o rosto marcado pelo parto normal, ele se assemelhava bastante com o avô, de descendência italiana. A similitude não duraria muito tempo. Como tremia, coitadinho! Isso que era verão. Ainda não existia máquina fotográfica digital, então eu o fotografei com minha velha Zenit, sem flash, com filme de alta sensibilidade. 

Enfim, desta vez eu precisava de uma certidão atualizada dele. E consegui. Às vezes, quando passo na frente do Hospital Mãe de Deus, me recordo de quando ele saiu de lá, após nascer. Eu levei a ele e à mãe dele no meu carro. Cuidei para que a cabeça dele não batesse, na entrada. O nascimento do Iuri foi um dos momentos mais bonitos da minha vida. Os contratempos que enfrentamos depois não maculam em nada essa recordação. Mesmo porque, até hoje, ser pai dele é uma missão gratificante e enriquecedora.

sábado, março 07, 2015

Dia Internacional da Mulher

Antecipando a comemoração do Dia Internacional da Mulher (que é amanhã, domingo), vou fornecer um link para os principais textos em que o tema "mulheres" foi abordado no Blog. É só clicar aqui. Feliz Dia Internacional da Mulher a todas vocês!

quinta-feira, março 05, 2015

O programa do Imposto de Renda

No ano passado, deixei para fazer meu Imposto de Renda na última hora e tive uma amarga surpresa: o programa da Receita Federal não funcionou no meu computador. Nem executou. Pedi socorro à minha irmã, que mora perto, e fiz tudo por lá mesmo.

Neste ano, para evitar contratempos de última hora, decidi começar a fazer tudo o quanto antes. Novamente, o programa de instalação nem funcionou. Clico em cima dele e nada acontece. O programa de envio (Receitanet) eu consegui instalar, mas o de preenchimento da declaração, não. Acho um absurdo que inventem "atualizações" que façam com que um software que funcionava até determinada data passe a não funcionar mais. Provavelmente eu teria que atualizar meu sistema operacional, depois instalar a versão mais recente da máquina virtual Java, etc, etc, para no fim fazer a mesma coisa que os programas anteriores (os que rodavam sem problemas) faziam. 

Mas existe uma solução de contorno. No site da Receita, antes de baixar o programa, selecione no menu de cortina o sistema operacional: "Multiplataforma (zip)". Aí, ao clicar no ícone de download, você irá baixar um arquivo zip. Execute esse arquivo e descompacte o conteúdo. Depois, procure a pasta "IRPF2015 - 1.0a". Abaixo dela, encontre a subpasta "IRPF2015". Nessa subpasta, clique em "exec.bat". Para mim, funcionou.